Biblioteca digital da
SERESTA DIAMANTINENSE
SILVA, Oscar Pereira da.Hora da Música. 1901. pintura a Óleo sobre tela, 65 x50 cm. Disponivel em:
< https://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra62943/hora-da-musica>. Acesso em: 27 jul. 2021. In: Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil.
SOBRE
Toda a história
Este acervo é fruto do projeto intitulado “Seresta Diamantinense: criação de uma biblioteca digital” apresentado ao Mestrado Profissional Interdisciplinar em Ciências Humanas – MPICH, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM. Foi produzido por Tatielly Rocha – docente do programa e graduada em História pela UFVJM – sob a orientação das professoras Maria Cláudia Almeida Orlando Magnani e Flávia Amaral. O projeto tem por objetivo registrar e disponibilizar – para o público em geral e para os estudiosos de música em especial – a produção musical seresteira, as transcrições de suas partituras e informações básicas sobre os grupos da música seresteira existentes em Diamantina. O conteúdo está aberto a constantes contribuições e acréscimos.
SERESTA
“A serenata é um concerto ao sereno. Esse mesmo tipo de concerto dentro de casa era o sarau. [...] A seresta é uma mistura do sarau com a serenata. Serenata deriva do latim serenus, que tanto podia querer dizer céu sem nuvens, quanto calma e tranquilidade.” (TINHORÃO, 2005, p.13).
A seresta se constituiu através das modinhas decorrentes das poesias do romantismo literário do fim da década de 1830, que passaram a ser incorporadas nos repertórios musicais. As modinhas eram tocadas em ambientes fechados acompanhadas de piano e com partituras compostas por músicos de escola e cantadas a uma ou três vozes, o que remete a uma forma europeia e erudita de se fazer música. Entretanto, a partir do final do século XVIII, na colônia portuguesa da América, essa perspectiva começara já a ser modificada por distintas influências regionais e pela diversidade social proveniente da formação de centros urbanos e comerciais. Isso contribuiu para a incorporação de instrumentos mais acessíveis como viola, violão e flauta e introdução de novas modulações e ritmos para a modinha. A formação de grupos de serestas que adquiriram maior visibilidade, se deu nas cidades do Rio de Janeiro e Salvador. (TINHORÃO, 1998).
Da mesma forma, o seresteiro mais famoso do século XIX era soteropolitano. Era o compositor e cantor de seresta que ficou conhecido como Xisto Bahia, negro nascido em Salvador em 1841, que se tornou nacionalmente notável juntamente com suas composições, sendo a mais conhecida “Quis debalde varrer-te da memória”(TINHORÃO,1998).
Outro músico importante que se destacou como seresteiro foi Rafael Coelho Machado, português naturalizado brasileiro, que em 1859 e em 1863 editou álbuns de modinhas de sua autoria. São esses “Grinalda Brasílica” e “Urânia ou os Amores de um poeta”. As canções seresteiras, ao longo dos séculos XVIIII e XIX tinham por características o compasso binário (2/4) e melodias rebuscadas e idealizadas. Já no inicio do século XX as canções de seresta adquiram influência da modinha com compassos quaternários (4/4) (TINHORÃO,1998).
EQUIPE
PARA SABER MAIS:
ARAÚJO. Mozart de. A modinha e o lundu no século XVII: um pesquisa histórica e bibliográfica.1ed.São Paulo: Ricordi Brasileira, 1963.
CAMARGO, Manuela Maria.M. Grupos seresteiros: memória musical e preservação do Patrimônio. 113 f.2010.Dissertação(mestrado em música) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Biblioteca Depositária: Biblioteca Alberto Nepomuceno, Rio de Janeiro, 2010.